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Histórico do Cemitério da Santa Casa de Caridade de Bagé

Localizado em área privilegiada, na zona sul do município, abriga de pessoas simples a figuras proeminentes da cidade, tais como:

PRETO CAXIAS – Maximiano Domingos do Espírito Santo, conhecido como Mão Preta.

Mas quem foi o Preto Caxias? Ele nasceu escravo no Rio de Janeiro, por volta de 1810 e foi batizado com o nome de Maximiano Domingos do Espírito Santo. Por volta de 1831, em decorrência das lutas fratricidas que ameaçavam transformar o Brasil numa colcha de retalhos, ele ingressou no Exército e, em consequência passou a ser livre, pois o Exército não podia ter escravos como soldados. Por cerca de 15 anos ele serviu ao Exército e, inclusive, de 1843 a novembro de 1845 integrou a Ala esquerda do Exército de Caxias, baseada em Canguçu ao comando do Tem. Cel. Francisco Pedro de Abreu, o Moringue, e como integrante do 8º Batalhão de Fuzileiros ao comando do Cel. Graduado Francisco Félix da Fonseca Pereira Pinto. E foi integrando este Batalhão que o soldado Maximiano Domingos do Espírito Santo chegou a Bagé em novembro de 1844, aos 34 anos, tendo seu comandante atribuições, por cerca de 10 meses, das funções de comandante militar e administrador civil da castrense Bagé, que seria elevada à vila 9 meses mais tarde por Caxias. Ali, com seus companheiros do 8º Batalhão, que Caxias mandara guarnecer a abandonada Bagé, de novembro de 1844 a setembro de 1945 começaram a lhe dar formato. Em 1847, obteve baixa do Exército e passou a residir em Bagé. Inicialmente, foi policial, função que exerceu de modo exemplar, com grande espírito de justiça e equilíbrio, evitando prisões injustas e orientando a vida dos faltosos a trilharem o caminho do bem. Tornou-se conhecido, muito confiável e respeitado e sempre pautando o exercício de sua autoridade inspirado nas ações de seu modelo o então Barão de Caxias. E foi daí que começou a ser chamado Preto Caxias. O 8º Btl Fzo fora organizado em Santa Catarina em 1837. Quando da Proclamação da República como 7º BC desde 1870, aquartelava no Mosteiro de Santo Antônio, no Largo da Carioca e teve destacada atuação neste evento, conforme abordado em O EXÉRCITO NA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA. Rio de Janeiro: SENAI,1989.

Com a Reforma de 1908 do Marechal Hermes, passou a ser o 1º RI do Rio de Janeiro o atual Batalhão Sampaio da Vila Militar, segundo o Arquivo do Exército em EXÉRCITO BRASILEIRO. Rio de Janeiro: Imprensa Militar, 1938. Em 1870, ao final da Guerra do Paraguai e já sexagenário, o Preto Caxias passou a exercer com extraordinária dedicação e capacidade de trabalho as funções de zelador, enfermeiro, transportador e consolador dos doentes do Hospital de Caridade. O Hospital de Caridade, junto com o Preto Caxias, passou em 1883 ao patrimônio da Santa Casa, então criada. E ali ele morreria depois de 18 anos de excepcionais serviços dedicados aos sem fortuna.
Hoje para muitos filhos de Bagé ele é considerado um santo, o Santo de Bagé, a quem muitos recorrem para alcançar uma graça e esperam que ele interceda junto a sua devoção em vida, o santo guerreiro São Sebastião, padroeiro de Bagé, sua terra adotiva e de sua terra natal o Rio de Janeiro. Passou a ser chamado Preto Caxias como uma homenagem às virtudes do Barão de Caxias, sob cujas ordens ele serviu na Revolução Farroupilha, e por haver sido, segundo Eurico Jacinto Sales na HISTÓRIA DE BAGÉ.

VISCONDE DE CERRO ALEGRE
João da Silva Tavares, primeiro e único barão e visconde de Cerro Alegre[1] (Estância Bom Jardim, Herval, 12 de março de 1792 — Bagé, 27 de março de 1872), foi um militar brasileiro. Era filho do casal açoriano José da Silva Tavares e de Joana Maria dos Santos, que radicou-se em Herval do Sul. Teve quatro irmãos e foi o único deles que tomou partido dos imperiais na Guerra dos Farrapos. Foi pai do Barão de Itaqui, Joca Tavares, e do Barão de Santa Tecla, Joaquim da Silva Tavares [2]. Bem cedo sentou praça, como soldado, participando da invasão do Uruguai, comandada pelo general Carlos Frederico Lecor em 1816 [3].
Foi comandante de companhia e de distrito, juiz de paz em Herval [3]. Foi eleito deputado provincial para a 1ª Legislatura da Assembleia Legislativa Provincial e comandante militar da fronteira de Jaguarão, em substituição a Bento Gonçalves, pouco antes da Revolução Farroupilha [3]. Foi por ele convidado, três dias antes da guerra, a participar da revolução, o que negou, afirmando que se oporia ao movimento [3]. Seu primeiro combate, com suas forças juntas às de Manuel Marques de Sousa, foi no Arroio Grande, vencendo o capitão Manuel Antunes [3]. Lutou com seu filho, Joca Tavares, contra Antônio de Sousa Neto, na Batalha do Seival, sendo por ele derrotado [3]. Atacado e sitiado perto de Arroio Grande pelas forças de Davi Canabarro, foi obrigado a capitular, sendo feito prisioneiro e enviado ao Uruguai [3]. Sob a guarda do capitão Menino Diabo com alguns outros companheiros e sob a ameaça de fuzilamento, conseguiu, em 5 de fevereiro de 1837, fugir e formar uma nova brigada [3].
O irmão de João da Silva Tavares, Serafim da Silva Tavares, nunca participou da Revolução Farroupilha, mas mesmo assim foi preso, acorrentado e enviado para Pelotas, onde depois de interrogado, foi solto pelo general João Manuel de Lima e Silva [4]. Auxiliou o General Manuel Luís Osório enviando tropas para reforçar suas forças na Guerra do Paraguai. Foi agraciado com os títulos de barão de Cerro Alegre, em 6 de setembro de 1859, barão com grandeza, em 29 de agosto de 1869 e visconde com grandeza, em 22 de abril de 1871.

GENERAL ANTONIO DE SOUZA NETO, CONHECIDO COMO GENERAL NETO.

Antônio de Sousa Netto (Rio Grande, 25 de maio de 1803 — Corrientes, 2 de julho de 1866) foi um político e militar brasileiro, um dos mais importantes nomes do Rio Grande do Sul. É reconhecido por seu árduo trabalho na Revolução Farroupilha, que durou quase dez anos (de 1835 a 1845), como o segundo maior líder.
Nasceu na estância paterna, em Capão Seco (Rio Grande), no distrito de Povo Novo; lá é lembrado pelo CTG General Netto (de Povo Novo). Era filho de José de Sousa Neto, natural de Estreito (São José do Norte), e de Teutônia Bueno, natural de Vacaria. Por parte de pai, era neto de Francisco Sousa, natural de Colônia do Sacramento. O seu bisavô, Francisco de Sousa Soares, fora oficial de Auxiliares no Terço Auxiliar de Colônia do Sacramento e casara, em 1791, com Ana Marques de Sousa na capela da Fortaleza São João [1].
Descendia, pelo lado materno, do português João Ramalho, que vivia em São Paulo antes do povoamento e que casou com a índia Bartira (Isabel), filha do cacique Tibiriçá. Também pelo lado materno, descendia do paulista capitão-mor Amador Bueno da Veiga. Era coronel comandante de legião da Guarda Nacional de Bagé, quando participou da reunião que decidiu pelo início da Revolução Farroupilha em 18 de setembro de 1835, na “Loja Maçônica Filantropia e Liberdade”. Organizou, junto com José Neto, Pedro Marques e Ismael Soares da Silva, o corpo de cavalaria farroupilha [1]. Era o general da primeira brigada do exército liberal republicano.
Em 1º de junho de 1836, participou do ataque a Rio Grande sem sucesso. Após a Batalha do Seival, proclamou a República Rio-Grandense, no Campo dos Menezes, a 11 de setembro de 1836 [2]. Lutou em diversas batalhas pelos republicanos, tendo comandado o cerco a Porto Alegre, durante vários meses, e a retomada de Rio Pardo, que estava nas mãos dos imperiais.
Em 7 de janeiro de 1837, travou o combate do Candiota, em que foi derrotado por Bento Manuel, mas já no dia 12 de janeiro, em Triunfo, vencia as tropas do coronel Gabriel Gomes, que morreu em combate [2]. Em abril de 1837 comandou a conquista de Caçapava, recebendo a adesão dos novecentos homens da guarnição imperial ali comandada por João Crisóstomo da Silva, apoderando-se de quinze peças de artilharia, quatro mil armas de infantaria e farta munição de boca e de guerra [3]. Esses recursos possibilitaram a subsequente conquista de Rio Pardo, a 30 do mesmo mês, levando a que o comandante militar da Província, marechal Barreto, respondesse a um Conselho de Guerra.

Em Rio Pardo, em 30 de abril de 1838, junto a Davi Canabarro, Bento Manuel e João Antônio da Silveira, derrotou os legalistas, comandados por Sebastião Barreto Pereira Pinto e os brigadeiros Francisco Xavier da Cunha e Bonifácio Calderón. Em 18 de junho de 1840, acampado perto do Arroio Velhaco, foi atacado de surpresa por Francisco Pedro de Abreu e perdeu diversos homens, inclusive o coronel José de Almeida Corte Real, um dos melhores oficiais farroupilhas [3].
Abolicionista ferrenho, foi morar no Uruguai após a guerra, com os negros que o acompanharam por livre vontade e onde continuou com a criação de gado. Retornou à luta em 1851, na Guerra contra Rosas, com sua cavalaria na brigada de Voluntários Rio-Grandenses, organizada inteiramente à sua custa, o que lhe valeu a promoção a brigadeiro Honorário do exército, e a transformação de sua brigada em Brigada de Cavalaria Ligeira [1].
Voltou ao combate na Guerra contra Aguirre e depois, juntamente com seu exército pessoal, na Guerra do Paraguai. No comando em brigada ligeira fez a vanguarda de Osório na invasão do Paraguai, no Passo da Pátria, em 16 de abril de 1866. Sua brigada ostentava sempre, ao lado da bandeira do Brasil Imperial, o pavilhão tricolor da República Rio-Grandense [1]. Na batalha de Tuiuti, foi importante na defesa do flanco da tropa brasileiro, mas foi ferido a bala e mandado para um hospital em Corrientes, Argentina, onde morreu e foi inicialmente sepultado. Em 1966, no centenário de sua morte, seu corpo foi exumado e transferido para um mausoléu em Bagé.

Referências:
O EXÉRCITO NA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA. Rio de Janeiro: SENAI,1989.
Arquivo do EXÉRCITO BRASILEIRO. Rio de Janeiro: Imprensa Militar, 1938.

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